EDNA MARIA RAMOS DE CASTRO

Edna Maria Ramos de Castro é Professora Titular da Universidade Federal do Pará, onde também foi homenageada com o Título de Professora Emérita por sua vasta contribuição acadêmica e científica. Graduada em Ciências Sociais pela própria UFPA e mestre e doutora em Sociologia pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais da França, Edna Castro tem sido responsável pela formação de várias gerações de pesquisadores sobre a realidade social amazônica, com uma produção intelectual que é referência nos estudos sobre a Amazônia, as dinâmicas do desenvolvimento, as populações tradicionais, movimentos sociais e impactos sociais das transformações econômicas nas últimas décadas na região. Além do trabalho continuado na Universidade Federal do Pará, vinculada ao Núcleo de Altos Estudos Amazônicos e ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, atuou como Professora Visitante na Universidade de Québec à Montreal, na Universidade de Brasília e na Université Le Havre, na França. Foi Presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional, Diretora da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Diretora da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciências Sociais e Diretora da Sociedade Brasileira de Sociologia. Atualmente, Edna Castro exerce a função de Presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia e coordena a área temática de “Dinâmicas Sociais, Territoriais e Fundiárias” do Centro Integrado da Sociobiodiversidade da Amazônia, CISAM.

ENNIO CANDOTTI (1942 - 1923) (In memoriam)

O físico Ennio Giulio Quirino Candotti nasceu em Roma em 1942 e imigrou para o Brasil com os pais em 1952. Graduou-se em física pela Universidade de São Paulo e pela Universita Di Napoli, onde também se especializou em Sistemas Dinâmicos. Especializou-se ainda em Relatividade, pela Universitá degli Studi Di Pisa, na Itália, e em física matemática, pela Ludwig- Maximilians-Universität, na Alemanha. Foi professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1974-1995), da Universidade Federal do Espírito Santo (1996-2008) e da Universidade do Estado do Amazonas (2009- 2012). Atuou incansavelmente na SBPC por quase cinquenta anos, seja na presidência (1989-1993 e 2003-2007), vice-presidência (1985-1989 e 2011-2015), Secretaria Regional do Rio de Janeiro (1978-1981) ou Conselho (1983-1987). Foi um dos criadores das revistas Ciência Hoje (1982) e Ciência Hoje das Crianças (1986) e também foi mentor da versão argentina Ciencia Hoy em 1988. Teve um destacado papel no processo de descentralização da SBPC, o que possibilitou a atuação da entidade para a criação das Fundações de Amparo à Pesquisa de diversos estados brasileiros. Também foi ator importante na criação do Informe da Semana (1985), atual Jornal da Ciência. Em um dos piores momentos da história do Brasil para a Ciência e Tecnologia, comandou a SBPC na defesa de padrões éticos, no processo que resultou no impeachment do presidente da República Fernando Collor. Foi um dos criadores da Expociência, atual ExpoT&C, e da SBPC Jovem, ambas em 1993. Nesse mesmo ano, mediou com a USP e o governo do estado de São Paulo a troca de espaços que viabilizou a obtenção da sede nacional da SBPC, na Rua Maria Antônia, em São Paulo. Recebeu da UNESCO em 1998 o Prêmio Kalinga para a Popularização da Ciência, maior reconhecimento internacional nesse campo de atuação. Em 2001, participou da 1ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, cujo sucesso fez da realização do evento um marco importante para a ordem do dia das atividades nesse campo no Brasil. Três anos depois, realizou em Buenos Aires a primeira reunião internacional da SBPC. Foi membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia de 2003 a 2007 e de 2011 a 2015. Ennio Candotti ainda idealizou e coordenou a criação do Museu da Amazônia (Musa, 2009), instituição que dirigiu até a sua morte em 2023.