|
|
|
Homenageados da 74ª Reunião Anual da SBPC: |
|
|
 |
José Goldemberg
Físico e especialista em energia sustentável, política de CT&I, educação e meio ambiente, José Goldemberg chega aos 94 anos. Está em plena atividade, tanto na área acadêmica quanto na gestão pública, atividade que acompanha sua carreira de pesquisador desde 1986, quando se tornou o primeiro reitor da USP pós-redemocratização do país. Além de reitor da USP, foi ministro da Educação, secretário nacional de Ciência e Tecnologia e secretário nacional do Meio Ambiente, secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e presidente da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Foi também presidente da FAPESP.
Professor emérito do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP e professor honorário do IEA, Goldemberg foi agraciado em 2008 com o Prêmio Planeta Azul, concedido pela Asahi Glass Foundation, e considerado um dos mais importantes nomes da área ambiental. Ele recebeu também o Prêmio de Ciência da Fundação Conrado Wessel (2014) e o Prêmio Ambiental Volvo (2000), além da Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (1995).
Sempre com forte visão de futuro, foi um dos idealizadores do Proálcool e do Projeto Floram em 1990. Esse projeto previa uma contribuição brasileira, por meio da recuperação florestal de 2,3% do território do país, para o retardamento por 50 anos do risco de aquecimento global provocado pelos gases de efeito estufa. Esta longa e inovadora carreira científica faz de Goldemberg um destaque na Ciência brasileira.
Assista ao vídeo da homenagem:
https://www.youtube.com/embed/P8BW7CbT0wA?start=5448 |
|
|
 |
Isaac Roitman
O Professor Isaac Roitman se destaca entre os importantes cientistas brasileiros das últimas cinco décadas por sua ênfase incansável na necessidade de uma revolução educacional no Brasil. Ele foi pioneiro na promoção da iniciação científica de jovens, tendo sido crucial para a criação das bolsas de iniciação científica júnior do CNPq. Durante a sua formação básica em odontologia, Isaac Roitman foi despertado para a microbiologia, fazendo estudos e se doutorando no estudo de protozoários em 1967. Construiu uma profícua e brilhante carreira de pesquisador e docente, inicialmente na Universidade Federal do Rio de Janeiro e a partir de 1972 na Universidade de Brasília, onde foi decano de pesquisa e pós-graduação (1985- 1989) e da qual tornou-se Professor Emérito em 2012. Como pesquisador, realizou importantes contribuições ao estudo de protozoários e construiu uma ampla rede de colaborações internacionais. Realizou a sua vocação para indutor de novos centros universitários e de pesquisa através das passagens na administração superior na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro e na Universidade de Mogi das Cruzes.
A sua contribuição no desenvolvimento e consolidação de sua área de pesquisa ultrapassou o seu papel como pesquisador, docente e orientador, tendo sido presidente da Sociedade Brasileira de Protozoologia e membro da Comissão Internacional de Protozoologia. Atuou como formulador e executor de políticas de educação, pesquisa e pós-graduação nos cargos que ocupou na CAPES, no CNPq, no MCTI, na Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) e no Governo do Distrito Federal. Pelas suas contribuições científicas de alto impacto e relevância, foi alçado a membro titular da Academia Brasileira de Ciências (1996). Pelo conjunto relevante de sua obra, foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (2004), entre diversas outras homenagens e prêmios. Isaac Roitman também se destaca pela intervenção no debate público através de textos e entrevistas, bem como por sua atuação em movimentos de construção do futuro nacional, como o movimento “2022, o Brasil que queremos”. Soma-se a esse conjunto impressionante de realizações a sua atuação dedicada, generosa e corajosa na SBPC, onde ocupou cargos na diretoria e no conselho, revelando a sua ampla visão, ética e sabedoria para o campo de atuação de um pesquisador e docente brasileiro, o que o torna uma referência valiosíssima para toda a nossa sociedade.
Assista ao vídeo da homenagem:
https://www.youtube.com/embed/P8BW7CbT0wA?start=6104 |
|
|
 |
Roque de Barros Laraia
Natural de Pouso Alegre/MG, graduou-se em História, em 1959, na UFMG. Em 1960, foi para o Rio de Janeiro, onde se especializou em Teoria e Pesquisa em Antropologia Social, no Museu Nacional. A partir de 1969, foi para a Universidade de Brasília, onde passou a ter um papel fundamental para as Ciências Humanas, para a Antropologia e para a própria UnB. Em 1963, Eduardo Galvão já iniciara o ensino da Antropologia, convidado por Darcy Ribeiro, idealizador e primeiro reitor da Universidade de Brasília. Essas iniciativas pioneiras foram desmanteladas com o Golpe de 1964, seguido da saída maciça de professores, que eclipsou durante alguns anos várias áreas da UnB. Em 1968, um novo grupo restabeleceu um rumo propriamente acadêmico, tendo Roque de Barros Laraia como diretor do então Instituto de Ciências Humanas. Foi um dos responsáveis pela reorganização do Departamento de Ciências Sociais e participou ativamente da criação dos cursos de Pós-Graduação de Sociologia e Antropologia. Em 1972, tornou-se Doutor em Ciências (Sociologia), pela USP. Foi Membro, por vários anos, do Conselho Indigenista da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e seu diretor no período de 1999 e 2000; Foi Membro do Conselho Consultivo da International Organization for Elimination of all Forms of Racial Discrimination, em Londres; do Comitê Assessor da Capes/MEC; e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Foi pesquisador do CNPQ, nível IA, de 1983 a 2003, quando não solicitou renovação da bolsa tendo em vista ter assinado contrato com a Universidade Católica de Goiás (2003-2008). Foi Presidente da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) (1990 a 1992); Presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (2000 a 2002); primeiro Diretor Científico da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (1993- 1996); e, também, Membro da Comissão Coordenadora do Programa Nacional de Apoio a Núcleos de Excelência do Ministério da Ciência e Tecnologia (1996-2000). Em 1997, foi eleito Conselheiro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, entidade que representou, por 17 anos, como Membro Titular, no Conselho Nacional de Imigração. Publicou inúmeros artigos, notadamente sobre patrimônio cultural, antropologia, cultura, etnologia indígena e sociedades indígenas, em revistas especializadas do Brasil e internacionais, e vários livros - entre outros, “Índios e Castanheiros”, em parceria com Roberto Da Matta; “Cultura, um conceito antropológico”; “Tupi: índios do Brasil atual” e “Los índios de Brasil”, publicado na Espanha. Em 1998, foi agraciado com a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico; em 2001, tornou-se Oficial da Ordem de Rio Branco; e, em 2005, recebeu o título de Cidadão Honorário de Brasília. Desde 1992, é Professor Emérito da UnB.
Assista ao vídeo da homenagem:
https://www.youtube.com/embed/P8BW7CbT0wA?start=7117 |
|
|
 |
Milton Thiago de Mello
Aos 106 anos de idade, veterinário, cientista, microbiologista, primatólogo e militar, o carioca Milton Thiago de Mello, continua produtivo e bem-humorado. Nascido em 5 de fevereiro de 1916, graduou-se em 1937 pela Escola de Veterinária do Exército. Com uma bem-sucedida carreira militar, chegou ao posto de coronel em 1969. Doutorou-se em microbiologia em 1946 pela Escola Nacional de Veterinária. Foi professor das universidades Federal Fluminense, de Brasília, Autônoma de Santo Domingo, de San Salvador, Universidade da Califórnia, do Instituto Oswaldo Cruz e do Colégio Militar. Foi um dos pioneiros na produção de penicilina e no estudo de primatologia no Brasil. Na Universidade de Brasília foi decano de Pesquisa e Pós-Graduação e fundador do Centro de Primatologia. O estudo científico dos primatas - ao qual dedicou 20 anos só na UnB - garantiu-lhe uma justa homenagem, divulgada em 2016, uma espécie de macaco da Amazônia descoberta em 2011 leva seu nome: Callicebus miltoni.
Thiago de Mello recebeu cerca de 40 distinções e prêmios, dentre os quais, do Comité Français de Association Mondiale Vétérinaire, The World Veterinary Epidemiology Society, da Sociedade Colombiana de Primatologia, The John Simon Guggenheim Memorial. Em 2013, recebeu, na República Tcheca, a mais alta honraria da Medicina Veterinária mundial, o Prêmio John Gamgee. Foi membro da Real Academia de Ciências Veterinárias, da Academia Nacional de Agronomia y Veterinaria, The American Academy of Microbiology e do The New York Academy of Sciences. É filiado a mais de 30 sociedades científicas, além de ter participado da fundação de 14 delas, dentre elas a SBPC e a Sociedade Brasileira de Primatologia. Foi presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, presidente da Sociedade Brasileira de Primatologia e vice-presidente da Sociedade Latino-Americana de Bem-Estar Animal. Foi consultor da Organização Pan-Americana de Saúde e do Fundo das Nações Unidas para Alimentação. É um dos maiores formadores de Primatólogos do Brasil, tendo organizado mais de 20 cursos de primatologia abrangendo os biomas brasileiros. Realizou sua última expedição conduzindo alunos para a Amazônia com 91 anos, subindo em árvores e galgando barrancos. Sem parar de trabalhar, Milton segue ministrando palestras, produzindo trabalhos e livros, e participando de congressos Brasil afora. Lê e escreve dezenas de linhas todos os dias. Esta grande trajetória faz de Milton Thiago de Mello um ícone na Ciência Brasileira.
Assista ao vídeo da homenagem:
https://www.youtube.com/embed/P8BW7CbT0wA?start=8278 |
|
|
|
|
|
A SBPC prestou também homenagem aos cientistas que nos deixaram entre julho de 2021 e julho de 2022, cujos legados imprimiram a história da SBPC e da Ciência brasileira.
Assista: https://www.youtube.com/embed/P8BW7CbT0wA?start=9581 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|